sábado, maio 29, 2010

Vida que segue

Parede.
Chão.
Sofà.
Puff.
Comoda.
Dicionario.
Escada.
Computador.
Camiseta.
Cesta de vime.
Sacola de passeio.
Espelho.
Não entendeu nada????
Relacione todos os item acima (e mais uma meia duzia que não me vem a memoria nesse momento) com giz de cera, caneta e canetinha.
Ainda està boiando???
Compreenda melhor:
Tirando os computadores que é preto, a sacola de passeio que é rosa, o resto é era tudo branco.

sábado, maio 22, 2010

Aqui tem sol

Desculpa a demora pra escrever novamente, mas estava tendo uma daquelas semanas de provas finais, ai tava precisando mais estudar do que de comer!!
Sobre o acontecido no aeroporto o que me deixou com aquela angustia toda não foi terem me chamado (ta, foi, mas so um pouco). O pior pra mim foi terem feito toda aquela cena, antes de verificar. Tem duvidas de quem eu sou, pede documento. Acha que o bebé não é meu, pede documento. Acha que tem porcaria dentro da mala, pede pra abrir. Mas não, ja chegam, botando banca de cowboy, com as armas pra cima gritando mão na cabeça vagabundo.
Sobre os procedimentos de segurança, acho que toda mala deveria (caso não seja assim) ser verificada. Sobre drogas, sou super a favor de serem proibidas, se existem traficantes e viciados é por conta dos passadores, mulas, avioezinhos e desmiolados em geral que aceitam esse tipo de serviço.
Mas mudemos o rumo dessa prosa, gostaram do template???? Ainda estou meio desconfiada dele.
Sobre a viagem, não comentei nada aqui antes de ir pois foi super de ultima hora. Marido vira num dia e fala assim: quer ir pro Brasil amanha??? Eu num ia dizer que não né?? heheheh Incrivelmente no meio da poeira do vulcão que fechou todos os aeroportos o unico voo que saia daqui de Bordeaux era o meu, que ia pra Madri! Mais felizmente ainda foi o avião de Madri que foi praticamente vazio pro Rio! Eu e Bebedocinha nos esparramamos nas 4 poltronas do meio e a viagem foi super agradàvel e até rapida!!
Como na hora que chegamos no Rio ja não tinha avião pro sertão, ficamos la uma noite. A ideia inicial era ficar numa pousada no aeroporto mesmo, mas como no dia seguinte teria que pegar o voo no outro aeroporto acabamos atravessando a cidade. So que a caipira aqui não imaginava qual o trajeto necessario pra atravessar a cidade! Com uma mala de 30 tonaladas um lado, mala de mão de mais 5 toneladas e Bebedocinha no outro braço rumamos ao desconhecido. Nos enfiamos num onibus expresso e fomos. Gente, vocês não tem noção do sofrimento. Moooooooorrendo de medo dos lugares onde o onibus foi se enfiando, pedindo a Deus e a todos Seus ajudantes de plantão pra não passar por nenhuma das linhas onde a bala perdida rola solta. Quando derepente olho uma placa: Auto Posto Linha Vermelha. Eu so num fiz xixi na roupa porque tinha mais gente no onibus e fiquei com medo deles me colocarem pra fora. Mas olha que o coração ficou mole, isso ficou viu.
Depois de meia hora os lugares começam a ficarem mais bonitos e a angustia foi embora! No dia seguinte mais dois aviões e finalmente, 11 da noite chegamos em casa!
Bebedocinha, uma lady claro. Foi até elogiada no final de cada trecho, pelo exemplo de comportamento dentro do avião! Logico que nos aeroportos ela se recusou sem uma gota de solenidade ficar presa em cima do carrinho de malas. Queria correr pra todo lado, desbravar aqueles lugares enormes como se não houvesse amanhã e a mãe estava totalmente por conta, pois afinal, cuidar de malas era a ultima das preocupações dela!!
Ficamos so 15 dias. Meu Deus, como passa rapido! O papai docinho adoeceu, com febre, dores, desarranjos em geral, quase nos matou de susto a distancia, mas sobreviveu. Bebedocinha também sofreu com saudades dele. Uma febre muito forte e durante 4 dias nem queria comer. Como bebia bem e aceitava toda porcaria, não apresentou nenhum outro sintoma, continuamos devagar e sempre, com muuuuuuuito suco, banho e paracetamol. Mas nada que colinho de vovò e de bisavò não resolvesse.
Nenhum grande acontecimento, muito churrasco, almoços, jantares e matando a saudade de muita gente. Infelizmente passa tão rapido e não da tempo de fazer tudo nem de ver todos. Mas ja foi muito bom. O tempo honestissimo, um sol maravilhoso e nenhuma gota de chuva ou vento frio.
O troféu abacaxi vai pras otoridades nada sutis nos nossos ultimos minutos na terrinha, mas a medalha de ouro vai pra tooooooodas as pessoas que ofereceram ajuda com as malas, que nos onibus cederam seus lugares pra nos, pras vendedoras e atendentes que naturalmente brincavam com Bebedocinha e para os desconhecidos que a elogiavam, brincavam e respondiam as suas brincadeiras.
Aqui quando chegamos mais parecia o inverno do que a primavera. So essa semana que deu uma melhorada e hoje finalmente um super sol. Logico que o inicio do verão não da pra fazer nada diferente de faxinar, mas agora tenho ajudante, heheheheh!!!
Mudando mais uma vez de pato pra ganso, vocês ja devem ter visto o video da nike. Adoro!
Vou ali aproveitar mais um pouco do sol! Bom fim de semana pra vocês!

sábado, maio 08, 2010

Estavamos vindo de volta pra casa

- Oi tudo bem, e ai como foi a viagem de volta?
- Tirando o fato de ser confundida com uma traficante e ter sido tratada como tal, foi bem.
- O QUÊ???
- Isso. Estavamos eu e Bebedocinha ja sentadas, com cinto de segurança e tudo mais, quando a comissaria veio pedir que a acompanhassemos. Fomos, claro. No meio do caminho saimos pela escada 'dos fundos', fomos parar no "quartinho de torturas"(*).
- Pra onde a senhora ta indo?
- O que tem dentro da mala?
- Tem nacionalidade? (Porque não perguntam se sou ilegal logo de uma vez heim?)
- Essa menina ai vai com a senhora? ( Chamar Bebedocinha de "essa menina ai" foi ofensivo).
- O que é que tem dentro da mala?
- A senhora sabe que tem material que é proibido de ser transportado?
- A senhora mora a quanto tempo la?
- Faz o que da vida?
- O que é que tem dentro da mala?
- Porque que ta enrolada no plastico? (Porque eles destroem as malas alheias seu puliça, nunca viajou de avião na sua vida não??)
Essas e muitas outras perguntas, foram feitas até que por fim 'pediram minha autorização' pra abrirem a mala e descobrir que o tal material que parecia com a cocaina no raio x, era nada mais nada menos que o brinquedo da Bebedocinha.
- Mas e ai, o que você fez?
- O obvio né, responder todas as perguntas, quase morrer do coração, sem entender o porque da tortura psicologica e chorar cada minuto das 10 horas de voo que ainda tinha pela frente.
- Perai, mas você não falou nada? Não teve nenhuma reação?
- Sim. Perguntei se queriam ver meus documentos e se queriam abrir a mala, ao fim de cada resposta para as 856 perguntas que me fizeram. Mas sacumé né, a 'errada' ali era eu.
*** *** *** *** ***
Contando assim parece piada pronta ne, mas a verdade é que esse acontecimento quase surreal me fez ter uma volta terrivelmente dificil. Me odiando por ter agido como uma boba que não conseguiu tomar as rédeas da situação e dar fim naquela humilhação logo que ela começou, triste demais por constatar o que havia aprendido la atras no curso de direito: no Brasil é culpado até que se prove o contrario, e sentindo tantas outras coisas que nem consigo definir.
(*) não foi literalmente um quartinho de torturas, mas ser retirada de um avião, descer pelas escadas de emergencia do corredor de embarque e ir parar nos fundos do aeroporto, com dois policiais na sua frente, uns quatro funcionarios em volta, uma iluminação amarelada e um interrogatorio que não perde pra filme nenhum... so faltou as paredes sujas viu.
*** *** *** *** ***
Detalhe técnico: são 02:05 da madruga, estamos eu e Bebedocinha super acordadas, bebendo chà de pessego e comendo madalena! Haja paciência pra se adaptar com o fuso de volta viu!