sexta-feira, maio 30, 2008

Brinde do Dia

Realmente fico admirada de como os anjos caem por esses lados quando eu mais preciso e menos espero.
O post foi esse aqui, no entanto, apos eu ler o comentario fez com que eu escrevesse esse aqui evitando ser tão sem estopim (duvido que tenha conseguido, mas juro que tentei muito).
O comentário está aqui:
Oi, Laura. Ando lendo "mil" blogs, querendo fazer um pra mim. Li seu nome num comentário do blog das Crônicas do Iglu, qua adoro, tb. Achei vc uma gracinha. Por ser tão nova, deve estar sendo tudo mais assustador. Mas vc fala tanto em Deus, então "pegue-se" com Ele e tudo dará certo. O nome da sua bebezinha, vocês acertam, com certeza. Vá com calma...Sobre sua "geniosidade", pareceu-me um pouco a minha filha, que é meio "estopim curto", mas é um amor de pessoa. Ela tb está grávida, da Letícia, com quase 6 meses. Desejo muitas felicidades a vc, seu marido e sua bebezinha.
Lúcia Soares/Belo Horizonte/ Brasil

Olá Lucia,
Obrigado pela visita e seja sempre bem-vinda!
Depois que engravidei, percebi que seria difícil ter todas as informações que precisava a respeito de bebês e foi fazendo mil pesquisas que encontrei tantos blogs, que hoje visito com freqüência.
Na maioria deles encontrei historias muito parecidas e até mesmo iguais a minha, foi então que percebi que com eles eu poderia aprender muito, pois se trata da vida como ela realmente é.
Pensei: se eu escrever o que se passa comigo e algum dia (mesmo que demore a chegar nesse nível) alguém possa com ele se ajudar de alguma maneira, pois nem tenho como agradecer as tantas informações que encontrei nesses blogs.
Sobre a “geniosidade” acho que só agora eu descobri para que existe estopim, e ainda tenho esperança de encontrar um grande. Rsrsrsrsr.
Sei que estou longe de ser um amor de pessoa ou qualquer coisa do tipo, mas um dia eu acabo descobrindo como fazer isso também.
Muita coisa, pra não dizer tudo foi bem assustador, pois minhas prioridades era escola, carreira e depois se desse tempo casamento e filhos. Então o Papai do Céu mostrou que as coisas são no tempo Dele.
Espero que você faça seu blog sim. Escreva o que achar que pra você seja importante ou interessante. Eu pensava que além de mim mesma ninguém mais iria se dar ao trabalho de vir aqui, mas o mais lega é no momento que mais precisamos cai um anjo e deixa um comentário do tipo: tudo que precisávamos ouvir.
Desejo muita felicidade pra sua filha, muita saúde pra sua netinha que já tem nome, muito bonito por sinal (são nessas horas que não me entra na cabeça algo como: Oceana). E mais uma vez obrigada pela visita!!!

Como dar titulo pra essas coisas?

Eu simplesmente perdi o sono depois da noticia: “meu irmão (sim, aquele) vai ficar aqui em casa 15 dias”.
Na verdade, eu sabia que a noticia seria dada, no entanto, tentei sutil e inutilmente “sugerir” que alguma outra solução fosse encontrada.
No primeiro ano de faculdade, eu aprendi que por mais que as pessoas tentem ser exteriores a qualquer situação que seja, isso não é possível, pois o ser humano é dotado de valorações. (uhhuuuuuu, falei bonito!!!!! Foi a nostalgia de ter lembrado da faculdade e do quanto eu penava pra escrever coisas decentes).
Mas trocando em miúdos, o que eu quero dizer é que por mais que eu va fazer força pra escrever esse post aqui sem colocar as impressões que já tenho, creio que vai ser inútil.
O cunhado vem mesmo. Não foi uma piada. Eu podia escrever muito sobre os tantos motivos que me fazem o querer tão distante, mas vou apenas contar fatos que fui percebendo desde que cheguei aqui.
O Marido me contou que ele juntou com uma mulher, teve um filho (não sei se nessa ordem), dois anos depois o relacionamento não mais dando certo, resolveram ter outro filho pra ver se a coisa melhorava. Resultado: filhos gêmeos e relacionamento terminado.
Eu penso (mas só penso, não escrevo) quem em sã consciência tenta resolver um relacionamento com outro filho???? Mas esse post não é pra mostrar o que eu penso, somente os fatos – esqueça o que eu pensei.
Atualmente quem detém a guarda dos três filhos são os meus sogros. O cunhado mora na mesma casa, mas quem cuida de educação, saúde, escola e o resto, não é ele.
No natal, eu e o Marido fomos lá levar uns presentinhos, chegando lá o menino mais velho, que tem 4 ou 5 anos estava com os dois olhos roxos. Ele e os irmãos tem problemas com fala, nenhum conversa. Esse mais velho está começando a falar porque está em tratamento com uma fonoaudióloga. A primeira coisa que o menino faz e ir pro colo do marido é dizer ”o papai fez isso com minha cabeça, agora meus olhos estão doendo”. Mostrando com gestos, algo do tipo ter batido com a cabeça do menino numa mesa ou parede.
Nessa hora eu achei melhor nem pensar nada. Depois que fomos embora questionei com o marido, ele fez alguns comentários, mas deixou claro que prefere não se intrometer. Questionei a respeito de o cunhado levar as crianças pra passear, tomar sorvete na esquina, ou qualquer atitude paterna, a resposta foi negativa.
Há cerca de pouco mais de um mês atrás o cunhado arrumou uma namorada que morava em outra cidade, brigou com os pais, trouxe a mulher pra cidade e foi pra um hotel. O Marido perguntou se ela estava ajudando com as despesas, afinal, se manter fora de casa e num hotel não fica nada barato. Ele disse que ela estava procurando emprego e depois ajudaria. Ao final de um mês, ela encontrou um emprego e terminou o namoro. O dinheiro dele acabou e ele teve que voltar pra casa dos pais.
Em quase um ano eu morando aqui nunca aconteceu semana passada, meus sogros vieram aqui em casa. Perguntando pro Marido o que deveriam fazer, pois o cunhado não ajuda com com despesa nenhuma, bate nos filhos o tempo todo e nesse dia em questão tentou bater até neles – os pais, que justificaram não terem chamado a policia, pois a mãe das crianças está com uma ação na justiça reivindicando a guarda deles, e eles tem medo que isso atrapalhe.
Depois dessas, lógico que têm outras, mas deixa assim.
O Marido e o outro cunhado resolveram ajudar. O cunhado sem-teto vai passar uns dias lá na casa do cunhado-style, vem pra cá uns dias e depois volta pra casa do cunhado-style.
Diz o cunhado sem-teto que um organismo num sei das quantas lá encontrou um apartamento pra ele e está aguardando desocupar. A data prevista é pro início de junho.
Porque não ficar o mês todo lá na casa do cunhado-style, porque ele vai viajar essa semana e ele não deixa a casa dele na mão de outros. Mesmo que o outro seja o irmão.
Você caro leitor, que já pegou cha, refrigenrante, suco, pipoca, biscoito, bolo, pão ou qualquer coisa pra acompanhar a novela mexicana se pergunta: mas o cara é irmão, qual o problema deixar a casa pra ele?
Resposta:
Cunhado sem-teto não lava as mãos depois de sair do banheiro e não passa desodorante antes de ir pro trabalho. Chega em casa sujo, fedido, pois trabalhou o dia todo e senta no sofá fashion do cunhado-style e fala que não sabe se toma banho ou se janta primeiro e se resolve jantar antes do banho não lava as mãos. Cunhado sem-teto anda em cima dos tapetes do cunhado-style com o sapato que passou o dia todo no trabalho.
Como eu sei disso: O cunhado-style, ligou pro Marido choramingando tais acontecimentos.
Ai o Marido fala, mas aqui em casa ele não tem essas opções.
Sim o Marido manda quem quer que seja tirar o sapato antes de pisar no tapete. E olha que o daqui de casa é lá do IKEA.
E eu? A única opção que eu tenho além de pedir muita serenidade pro Papai do Céu, porque como diz o ditado, se ele me der forças, já viu o que vira né!
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Ah tempo....
Eu sei que quem quer que leia o post deve chegar ao final da leitura e pensar "mas ela não vai fazer nada em relação ao fato do cunhado sem-teto bater nos filhos".
De tudo o que mais me doi o coração é pensar nessas crianças, no entanto, sabe quando aquela voz fala dentro de você "fica quieta". Nem sexto-sentido eu tenho, mas quando acontece prefiro ficar na minha.

domingo, maio 25, 2008

Falta de Assunto

Coisorrivi é num ter mais o que fazer nem o que falar.... só sai bobagem.

  • Eu estou tão feliz de estar grávida, todos os dias agradeço muito a Deus e aos anjos por me deixarem ter oportunidade tão grande. Mas não faço idéia do que será da minha bebedocinha depois que chegar a fase de poder comer comida. Eu como verdura, mas não todas e o papai dela só batata, alface e tomate. E pra ficar melhor ainda eu sou simplesmente um desastre na cozinha. Se minha mãe e meu marido lêem isso vão dizer: mas a sua lasanha e o seu strogonoff são uma delicia. Sim, eu concordo, mas o que vai ser de uma criança não pode comer só isso. Mesmo porque o arroz que acompanha o strogonoff é um caso de policia.

  • Eu sei que existem muitos problemas muito mais serios e graves em todo o mundo, mas esperor que a Nossa Senhora das Mulheres Fashions ou Chiques.... mas não sou chique e nem de longe fashion. Padroeira de Grávidas???? Ela existe????. Santa Anja de Mulheres Limpinhas, eu preciso dar um jeito no meu pé URGENTE. Sempre fiz eu mesma, pé e mão e nunca fui infeliz por isso, mas com a pancinha crescendo do jeito que está eu simplesmente não alcanço o pé.
  • Cada dia que passa eu tenho mais preguiça do cunhado energúmeno. A ultima pérola foi quando ligamos pra contar que é uma menina, o comentário dele foi: “nossa, mais uma”. E daí se na família já tem outras meninas. Essa é a minha filha, diferente de todas as outras. Rrrrrrr.

  • Preciso convencer meu marido de que o nome Sophia, apesar de comum por aqui é mais bonito que Oceana.
  • Estava pensando em instalar o tal haloscan aqui, mas não sei se vale a pena. Alguém tem alguma sugestão????
  • Fico num pesar de pensar quantas tias e avòs a Bebedocinha tem no Brasil e aqui..... ah, a daqui num liga pra essas coisas. Ela é daquela espécie das mães que nunca fez festinha de aniversario pros filhos, nunca deu presente de natal pra eles...
  • Fico tão incomodada pelo fato de que por enquanto não tenho como trabalhar. Já pensei em milhares de possiveis "bicos", mas nada me da aquela sensação de “é isso que eu tenho que fazer”.
  • A menos que você goste e saiba o resultado, não tentem fazer pão de queijo somente com polvinho azedo. Eu não achei o doce pra comprar, tava desejando, e fiz.... comi porque tava com vontade . Mas o gosto não ficou bom.
  • Como eu fico triste quando releio algo que coloquei no post e vejo erros de português e erros de digitação.
  • Muito me irrita o fato de eu estar com 5 meses de gestação, ter emagrecido e a médica apenas perguntar se eu estou comendo. Sendo que em todos os sites que eu li, nenhum fala que isso seja normal. E para o caso de duvidas, eu só não como mais, porque não dá tempo.
  • Aqui na casinha de doces moram duas toupeiras. Mas são inteligentes, vão ao supermercado, fazem compras e aproveitam todas as promoções em carnes, peixes, frangos e congelados em geral. Só que elas apenas se lembram que tem um mini-geladeira com um micro-congelador depois que chegam em casa.
  • Eu sei que de certa maneira tenho “direito” de detestar quem me desejou mal ou me faz mal com inveja e pensamentos ruins, mas só consigo ter pena.
  • Cada dia que passa ando tendo mais sonhos estranhos, pra não dizer pesadelos... Alguém tem alguma sugestão? Apesar de que eu duvido que tenha conserto pra isso.

quinta-feira, maio 22, 2008

É uma Docinha!!!!!!!!!

Ela: Depois de uma manhã e início de tarde inteiros dormindo, só pra ajudar o tempo passar, enfim faltava pouco pro horário marcado, sugere: “ Vamos mais cedo, pelo menos assim se por acaso ele adiantar a gente não sai de lá tão tarde.”
Ele: “Mas não é por ordem de chegada e sim pelo horário que está marcado. Mas vamos!!!”
As 16:00h chegando no hospital:
- Temos um ultra-som, com o Dr. Fulano.
- Vocês estão com o pedido?
[Entregamos].
-Mas é só pras 16:45h e ele está atrasado hoje. Se vocês tiverem algo pra fazer, a vez de vocês só deve ser por volta de 17:30.
[Duas caras de paisagem].
Eles: Saem, tomam um sorvete gigante, passeia sem rumo no supermercado que havia por perto e as 17:25h voltam.
- Chegou a nossa vez??
- Ainda tem duas pessoas na frente de vocês.
Eles: Sentam na salinha de espera e esperam...
Esperam....
Esperam...
18:15h
Sage-femme (resumindo em português seria uma enfermeira especializada para grávidas), chama.
Eles: entram na salinha que só tem iluminação na mesa do médico.
Médico: pergunta algumas coisas e indica a maca. Passa gel na barriga, examina cada pedacinho do bebê, mostra o que é o que. Mas não é um bebê qualquer é o Bebedocinho, que não para de mexer, que coloca a mão na boca. Vai pacientemente mostrando o que é o que, o que está onde e pergunta: Querem saber se é um rapaz ou uma menina???
Ela: sacode a cabeça que sim.
Ele: queremos saber se vamos pintar o quarto de rosa ou de azul.
Ela: o quarto não vai ser rosa, nem azul.
Médico: mas se quiser pode ser rosa.
Ele: tem certeza doutor??
A Sage-Femme: Eu sou testemunha de que pode.
Ela: mas o quarto não vai ser rosa.
Médico: porque não??
Ela: porque o resto tudo vai ser, se o quarto também for ninguém agüenta!
Médico: já pensaram num nome???
Ele: ainda não.
Médico: estão mais preocupados com a cor do quarto né!!!

quarta-feira, maio 21, 2008

Para o Bebedocinho

Oi bebezinho, hoje você tem quase 5 meses, ainda não é uma idade que será contabilizada depois que nascer, quando isso acontecer sua vida passará a ser contada a partir daí. Mas já faz parte do meu dia a dia há meses, pois havia somente uma semana que estava dentro da minha barriga e eu já sabia que algo estava acontecendo.

No começo eu e o seu papai ficamos tensos e sem reação, pois não te esperávamos por enquanto e a mamãe passava muito mal todos os dias. Lembro do primeiro enjôo, do exame pra confirmar que você já estava aqui conosco e da primeira consulta. Junto a ela o primeiro ultra-som e a primeira vez que ouvimos seu coraçãozinho bater. Ficamos eu e o seu papai com cara de bobos e sem acreditar como que uma pessoinha tão pititinha ainda, já podia ter batimentos tão fortes.

Os primeiros 2 meses a mamãe fez muita força pra comer frutas, verduras e todo tipo de coisinha saudável, mas não deu. Por sua conta a mamãe ainda não sabe o que fazer com aquela caixa com 100 torradas e com o vidro de 1 kg de geléia de morango que enfeitam a geladeira, mas de manhã era a única coisa que ficava no estômago, nada saudável eu sei, mas eu precisava comer. Almoço e janta era sopa de batata com macarrão ou macarrão com batatas. E muita coca-cola pra ajudar na digestão, pois o sal de frutas havia acabado e os remédios encontrados por aqui me faziam sentir mais mal ainda. Após o final do segundo mês a coisa melhorou e a partir daí pude fazer tudo como manda as revistas e sites de cuidados durante a gravidez.

Infelizmente sua mamãe veio com o sexto-sentido defeituoso e ninguém que o tenha entra num acordo se você é um Docinho ou uma Docinha, ainda não sabemos qual será o seu nome nem qual será a cor predominante das suas roupinhas, mas vamos descobrir amanhã e independente disso te amamos muito. Mas se algum dia resolver ler isso, saiba que presentes você já tem. Eu o papai e a vovó já compramos um monte de livrinhos (como se você fosse precisar disso agora né....). Os parentes menos desorientados te deram roupinhas que poderão ser usadas se for menino ou menina e produtos pra te fazer o Bebedocinho mais cheiroso do pedaço. Mas não se preocupe terá sim um quarto tematizado e roupas de acordo com o seu sexo. Isso se você estiver disposto ou disposta a não por a mãozinha na frente ou se enrolar no cordão umbilical amanhã.

Há poucos dias você resolveu se movimentar e acho que deve gostar disso, pois não faz outra coisa. Mas a mamãe gosta de te sentir por aqui. Eu acredito que deva estar bem ai dentro da minha barriga, pois cresceu bem e de uma vez só, enquanto eu, mesmo me entupindo daqueles comprimidos gigantes que são a vitamina nossa de todo dia, não engordei nem um misero quilinho. O que também não me incomoda, pois a médica elogiou o seu tamanho hoje.

A mamãe ainda é meio desorientada com horários e regras, não tem hora pra comer, pra tomar banho, pra dormir, enfim: pra nada. Mas para que você não pense que eu seja uma desnaturada, fica registrado que eu como verdura todos os dias, como toda hora, mesmo sem fome às vezes. Suspendemos as refeições que eram frequentemente feitas no mcdonald’s e no quick, mas quando acontece de precisar comer por lá, só como salada com frango grelhado.

A única bebida alcoólica que passeou por aqui foi o champagne do casamento. Eu sei e todos me dizem o tempo todo que beber um pouquinho e com moderação não faz mal, eu até gosto e aqui as festas e jantares são regado a muito vinho e champagne saborosos, no entanto o que depender de mim, o seu contato com álcool se resume ao dia do casamento.

O seu papai está começando a gostar dessa situação, já conversa bastante com você e ficou todo bobo depois que sentiu você mexendo e mal acredita quando põe a mão na minha barriga pra te sentir dando seus pulos. Eu estou radiante de felicidade e muito agradecida ao Papai do Céu por ter a dádiva de poder ser sua mamãe. Sei que não é tarefa fácil, mas vou fazer tudo pra que você seja extremamente feliz.

A mamãe podia ficar aqui por muito mais tempo, falando de tantas outras coisas, mas vai dormir, pois tem que sossegar pra você descansar ai dentro também.

segunda-feira, maio 19, 2008

Coisas que acontecem por aqui... com uma frequencia assustadora

Fui lá no cantinho da Ciça e vendo o post dela lembrei de um texto que comecei a escrever e não postei.
Ela surtou por conta do cabelo. Bom, na verdade não foi por causa do cabelo, mas do que sobrou dele. Ai me lembrei disso aqui:
Algumas explicações: Meu cabelo é do tipo temperamental. Mas num é aqueles temperamentais que vemos por ai não, e da turma dos altamente revoltados. Ele é grosso, crespo, muito e volumoso. Resumindo, o que quero dizer é que não é qualquer cabeleireiro que da conta do recado e não é qualquer secador que espicha a moita!
Considerações feitas, vamos lá:
Outro dia desses (no final de fevereiro) conversando eu e o Marido terminamos o assunto brigando. Não sei onde começou a conversa, mas me lembro de dizer que tinha um pouco de receio de ir a qualquer salão aqui, pois os conceitos de beleza são diferentes. Deixei bem claro as circunstâncias: cabelo, pele, maquiagem, unha, enfim: todas.
Ai vem ele querendo por toda lei me convencer que a coisa não era assim, que aqui é modelo internacional em produtos e tendências, que o mundo inteiro se baseia no que é feito na França para fazer moda..... e por ai foi.
Ai quem lê pergunta, mas o que ele entende disso???? Entende de puxar a brasa pra sardinha própria, pois tem um irmão cabeleireiro cheio das premiações. O salão dele é tumultuado de tanto troféu ganho. Ai falei, nunca disse ou pensei que seu irmão ou qualquer outro aqui não seja bom profissional, mas as coisas aqui são diferentes.
Depois de muita briga e mesmo sabendo onde ia dar, resolvi marcar horário com o irmão e ver o que aquilo ia dar.
Sim, é exatamente onde você está pensando: uma M.....
Eu passei um dia inteiro na internet, olhando 852.698 cortes diferentes pra chegar lá e não somente explicar, mas mostrar o que eu queria. Resultado, também não resolveu nada.
Ao chegar em casa, antes mesmo de ele me falar oi deu um grito: O QUE ACONTECEU COM O SEU CABELO. Resposta: pergunta pro seu irmão.
Se você lê o blog com atenção vai ser lembrar que o meu casamento estava marcado pro final de março. A meleca se deu no final de fevereiro, com o detalhe: deste mesmo ano.
Odiei-me mortalmente por ter deixado ele por a mão no meu cabelo, odiei ele por ter chegado perto e feito àquilo com o meu cabelo e odiei todos os 42 espelhos existentes aqui em casa. Tudo bem, não são 42, mas a casa é pequena e toda hora eu passava perto. Sem contar a cara do marido de total reprovação.
Ao contrário da Ciça, o meu cabelo não me deixou gatinha e ainda, uma semana depois quando saímos pra jantar com uns amigos dele, uma das amigas perguntam na maior naturalidade: “porque você fez isso com seu cabelo?? Ele era bonito antes.”
E eu ainda tinha que casar dai mais uns dias.....

sábado, maio 17, 2008

Bonus

Eu realmente não acreditei quando vi minhas as unhas da minha mão tão bem feitas, sem nenhum bife e a cutícula tão bem tirada. Logo em seguida a moça falou que eu já podia ir pra salinha de depilação que já era minha vez. Doeu, lógico, depilação com cera num tem a menor graça. Mas podemos dividir as depiladoras em duas categorias, as que sabem depilar e as que sabem depilar e nos fazer sentir muita dor. A moça de hoje faz parte do primeiro grupo e depois ainda passou um gel de aloe vera com menta nas minhas pernas que me fizeram esquecer toda a dor sentida antes.
Como eu sempre vou a esse salão, elas contabilizaram num sei o que lá e ganhei um banho de lua, que achei melhor não fazer. Como ainda tinha um tempinho e vi a cabeleireira zanzando arrisquei uma escova. Num ficou lá essas coisas, mas só de eu não ter que ficar com os braços pra cima segurando secador e escova, já foi muito gratificante.
Ai a mocinha lá do banho de lua falou que se eu quisesse poderia trocar por uma sessão de massagem, nós pés ou nas mãos. Obvio que a escolha foi nos pés. Já estava sentada naquela cadeira tão fofinha, reclinada sei lá quantos graus, onde eu me sentia tão confortável, sinto levemente meu marido colocando a mão no meu ombro e me chamando: “vamos, estamos atrasados”.
- Mas eu ganhei a massagem nos pés, ela já vai começar;
- Que massagem?
- Rapididinho termina, espera.
- Acorda, você tem que refazer aquele exame de sangue.
- ...
Olho pras mãos, unha sem fazer..... o cabelo sem escovar e as pernas... deixa pra lá. Vou lá escovar os dentes..... mas que ele podia pelo menos ter deixado eu ganhar a tal massagem, ah podia!

quarta-feira, maio 14, 2008

Brinde do dia vai para....

Estou inaugurando uma categoria, onde o post será direcionado pra alguém, devido algum comentário (comentário esse que poderá ser publicado ou não, pois aqui não cabe palavras feias). O post foi esse aqui e o comentário está aqui:
"Brasileiro é mesmo um povo de outro planeta. Quando eles saem do Brasil começam a reclamar de tudo e todos, nada está bom para eles, e a desculpa é sempre a mesma, Ah, isto não devia acontecer num país de 1º mundo! Reclamam que os europeus são fechados, são mal-educados, tem um sotaque feio, são isto e aquilo e etc. É impressionante pois parece que os brasileiros não vivem a realidade, acho que para essas pessoas o Brasil deve ser uma terra mágica da alegria onde todas as pessoas são simpáticas, estão sempre felizes, dançam, cantam e festejam. E Então quando eles vem para a Europa falam mal de tudo e de todos!!! Até faz impressão!!! Os brasileiros não conseguem simplesmente entender que não estão mais no Brasil e que em TODOS os países do mundo há defeitos e qualidades. Até parece que eles vivem mesmo em outro planeta. É o que eus empre digo, se ãs coisas aqui não estão boas, volta para a tua terra, de certeza que lá tudo é perfeito...passar bem,
Ricardo Carvalho"
Ricardo Carvalho:
Não tinha link para te responder diretamente nem para eu poder questionar algumas coisas a respeito do que você disse que não entendi, o que normalmente faço quando alguém se dispõe a comentar algo a respeito do que escrevi. Então farei aqui, pois se caso você resolva voltar no “blog da brasileira reclamona”, talvez seja gentil e me tire essas duvidas.
Primeiro gostaria de dizer que nunca tive problemas com frieza das pessoas, mesmo porque onde eu morava ninguém é gentil nem caloroso com ninguém, e eu não entendi porque você escreveu isso, realmente muitos brasileiros falam disso, mas eu não. Pelo contrário fui muito bem recebida e raramente passo por situações onde as pessoas sejam mal educadas. Nunca falei que as coisas no Brasil são perfeitas, por favor, seja gentil e me diga onde tem isso no meu blog.
Você falou “os brasileiros não vivem a realidade”, eu não sei qual sua nacionalidade e não sei qual o seu conceito de “realidade”, mas como brasileira te informo que brasileiros vivem a realidade sim, e vivem duas realidades, pois precisam lidar com todos os tantos problemas que existem por lá, problemas esses que somente nos brasileiros sabemos como se faz para resolvê-los, e ainda sim tentam ser pessoas felizes. E ao contrário do que os Europeus pensam, nem todos cantam e dançam, muito até detesta isso.
Talvez você e mais alguém não tenha compreendido o motivo do meu post, mas eu acho um absurdo sim, estar aqui na Europa e mesmo que fosse em qualquer lugar no mundo, procurar pelos serviços de 3 profissionais diferentes e não ter sido bem atendida por nenhum deles. Se fossem profissões que não afetaria a minha vida e a vida do meu bebê, eu não me importaria, no entanto esses profissionais são médicos, que quando escolheram isso sabiam ou pelo menos tinham em mente o que viria pela frente. Se não tem competência ou paciência que escolham outra coisa pra fazer na vida. E para um obstetra, que acompanha mães durante o pré-natal a responsabilidade se torna ainda maior.
Se eu estivesse lá no Brasil: a terra mágica, e estivesse nas mesmas condições que aqui, pagando e muito caro pelo serviço reclamaria da mesma forma, a diferença é que lá eu tenho órgãos de proteção que me respaldam até juridicamente caso isso aconteça e aqui não.
O problema que eu percebo é que a maioria dos Europeus não está nada preocupada se um médico ou qualquer outro profissional não faz a menor questão de prestar bem o serviço dele.
Vou continuar reclamando disso sim até encontrar uma maneira de ter um atendimento decente E lamento em informar que vou ficar aqui e escrever no blog tudo que me incomoda!!!

terça-feira, maio 13, 2008

A maturidade da saudade

Eu nunca tive medo de envelhecer, pois sabia que junto com marcas de expressão, possíveis fios brancos e outras “coisitas mas” viria experiência e serenidade.
Cada dia que passa e que passou em minha vida, sinto que foi tão útil e tão válido e por mais que não tenha feito 865 coisas em apenas um dia, esse dia valeu a pena.
Eu acredito em idade mental. Conheço pessoas que tem 40 anos (às vezes até mais) com nenhum problema de mental ou físico, que tem o comportamento que se espera de uma criança ou um adolescente irresponsável. E em contrapartida pessoas que com 18 anos já fizeram muito mais do que os próprios pais.
Eu não me vejo em nenhum dos dois extremos. Apenas sinto que minha maturidade chegou bem antes do esperado, mas em doses homeopáticas. Comecei a trabalhar cedo e não parei. Demorou um pouco a descobrir do que gostava por isso demorou um pouco até entrar na faculdade, mas isso foi apenas um detalhe.
Na verdade eu nem sei por que to escrevendo isso tudo, porque a intenção foi falar a respeito de outra coisa, como diz o titulo do post.
Desde que mudei pra cá tenho aprendido a lidar com muita coisa que já havia passado no Brasil, mas em situações menos intensas e muitas que eu nunca imaginei viver. De tudo o que mais aperta é a saudade.
Com o tempo o contato com muita gente vai se resumindo ou mesmo sumindo, vezes por culpa minha e vezes por culpa da vida que nos impõe isso como parte da mudança. Até pouco tempo queria ver, abraçar, estar perto, conversar olhando nos olhos de algumas pessoas.... continuo querendo isso tudo, mas não tem como.
Domingo foi dia das mães e eu queria muito ter abraçado minha mãe e passado o dia com ela. Mas não fiquei infeliz, enviei um e-mail pra ela e depois chorei muito ao ver que ela gostou e me mandou de volta, fazendo das minhas palavras, palavras do meu bebêdocinho.
Conversamos rapidinho a noite e depois que eu deitei fiquei pensando no sentimento saudade. Percebo que estou aprendendo (mas que ainda não aprendi) a sentir saudade. Fico muito tempo ociosa por aqui e fico lembrando de tanta coisa boa que passou, mas não com o sentimento de querer aquilo de volta, ou sofrendo por estar distante, apenas me sentindo bem por ter boas lembranças.
Lembro que quando era pequena, ela vinha todo o dia me acordar. Me pegava no colo, e dizíamos uma coisa bem baixinha no ouvido uma da outra. Já quis muito voltar a ser criança, mas hoje eu só queria lembrar o que dizíamos, pois sinto que era algo que ela fazia com muito amor.
Me sinto muito melancólica e depressiva nesses últimos dias, preciso pensar, escrever e fazer coisas mais divertidas. Seria legal descobrir algo divertido pra se fazer aqui.

domingo, maio 11, 2008

Para minha mãe

Eu pensei em tanta coisa pra dizer hoje, mesmo sabendo que só tem um dia no ano pra comemorar algo que é feito todo dia.
A minha mãe sempre foi mãe todo dia. Nunca tirou férias de mim nem da minha irmã. Desde pequenininha tenho uma ligação muito forte com ela, pois passamos por muitos obstáculos juntas, e sempre uma apoiando a outra. Desde quando eu ainda estava dentro da barriga dela nos já conversávamos e já tínhamos uma relação de confiança.
Passamos tempestades de chuva e de calor, passamos por coisas boas e muitas coisas ruins; nunca tivemos muito conforto material, pelo contrário, a coisa sempre foi bem apertada. Nunca passamos fome, mas já tivemos várias noites à luz de velas, dias de banhos bem curtinhos e longas caminhadas a pé para chegar ao hospital a noite, normalmente comigo. Mas lembro que amor e dedicação nunca faltaram.
Com ela eu aprendi a ter valores e sempre tive bons exemplos. O que mais está presente é o de força e determinação, seguido de honestidade e fé. Sempre a vi lutando, correndo em busca de um lugar ao sol, mas não é aquele lugar no sol onde se queima a pele. E aquele lugar onde se está no sol, mas com uma sombrinha fresquinha, um ventinho tranqüilo.
Se hoje eu sou o que sou, foi porque ao contrário de muitos filhos que não querem se parecer com os pais, eu sempre quis parecer com minha mãe. Sempre procurei seguir seus passos e aprender seus exemplos. Pois sabia que se assim fizesse teria chances de ser feliz e ter sucesso.
Na minha vida muitas mudanças foram impostas, mas muitas delas me foram apresentadas, para que eu pudesse escolher. E desde pequenininha eu aprendi com ela, que as escolhas que temos que fazer, devem ser feitas por nos mesmos. Ela sempre me aconselhou e me indicou a diferença dos vàrios caminhos, mas sempre deixou claro que a decisão seria minha, mas também que me apoiaria independente do que escolhesse.
E dessa maneira eu segui sempre buscando o melhor quando tinha a possibilidade de decidir, e sempre aceitando o que viria pela frente.
Juntas sempre nos entendemos, com horas conversando ou muitas vezes um simples olhar, um pequeno comentário servia para que pudéssemos saber que poderíamos sempre uma ajudar a outra.
Estamos longe, mas ela está dentro do meu coração, e se eu puder ser a metade da mãe que ela foi pra mim pro bebêdocinho que ainda está dentro da minha barriga, acredito que ele será uma boa pessoa e eu serei uma mãe realizada!
Hoje eu quero somente agradecê-la por ter sido e ser mãe por todos os dias e amiga na hora que precisou e que precisa.

Enquanto isso....

....em terras tupiniquins o povo vira picolé!!!!! Sente o drama cambadinha, porque enquanto vocês congelam ai, nos começamos a derreter só agora!!
Depois de ver aquele tanto de recado abusado no MSN, agora é a minha vez de gritar em alto em bom som: existe verão aqui sim!!! E faz muito calor quando acontece!!!!!

Cultural?????

Eu juro, que tirando a preguiça e decepção que tenho das obstetras, eu tento ser o mais neutra possível em relação as diferenças culturais existentes em aqui. Mas existe bastante coisa que eu não entendo.
Longe de mim comparar e ficar gritando aos quatro ventos que o Brasil é melhor. Comparo sim, ainda não me acostumei, mas evito ficar falando, eu sei que nem sempre consigo, mas tento.
Uma coisa que eu acho bem estranho e não encontrar com facilidade fio dental (o de passar no dentes). Simplesmente não vejo comerciais na televisão, nos grandes supermercados eles estão lá, mas bem num cantinho, onde a gente acha, mas demora.
Sinceramente não me lembro muito bem da freqüência de comerciais a respeito no Brasil, mas lembro que a cada vez que ia ao dentista ele falava tanto da necessidade, que após cada refeição eu me lembrava dele dizendo: "só a escova não limpa". Coisa que é bem verdade.
Assim que conheci o Marido, ele só tinha o hábito de escovar os dentes e até então nunca havia ido ao dentista. Ai quando vim passar férias aqui a primeira vez um dos passeios foi ao dentista, ela elogiou, falou que não tinha nenhuma cárie, que os dentes eram super resistentes, fez uma limpezinha lá pra garantir o dela e pronto.
Num falou com qual freqüência deveria ir ao dentista e nada de falar de fio dental. Ai foi bastante falação minha e tempo até ele aprender da existência do fio dental. Agora depois das refeições vai sem eu indicar o caminho da localização do fio e até lembra de comprar quando fazemos compras.
O que eu acho bem estranho, coisa que por sinal é cultural por aqui e ver as pessoas sem os dentes. Normalmente pessoas novas ou com uma situação financeira que vou chamar de razoável.
Dois exemplos: um foi na fila de um restaurante super badalado, tinha um rapaz de uns 25 a 30 anos, bem vestido, junto com um pessoal jovem e bem vestidos também, o rapaz ria e de onde estávamos eu via que faltava um monte de dentes e bem visível que não era por conta de algum acidente ou similar. O outro exemplo foi de uma professora do cursinho de francês, um dos mais caros da cidade, os professores todos têm que ter formação superior, e a mulher faltando um monte de dentes também.
Eu nem sei porque estou escrevendo esse post, talvez seja falta de assunto? Mas se alguém tiver alguma resposta lógica para isso, me conte!!!!!

quinta-feira, maio 08, 2008

Povo ruim de serviço - parte II

Pelos variados motivos e tantos acontecimentos, ainda não deu pra aprender francês, e por enquanto não vai dar. No começo da gravidez isso me deixou bastante incomodada e desconfortável, mas já acostumei com a idéia.
Decidi que quando for fluente eu vou ser médica. Isso mesmo, Direito pra que minha gente.
Vou ser médica e vai ser obstetra. Eu já troquei de obstetra por três vezes, e sinceramente estou bolando uma maneira de trocar outra vez.
Não sei se vai resolver muito, mas se meu plano der certo, pelo menos vejo uma quarta opinião. Ai se alguém resolveu ler o post, deve estar se perguntando: ficou doida tadinha???
Pois é, doida não, revoltada é a definição perfeita pro meu sentimento. Gente, a coisa aqui é muito simples.
A primeira médica, no começo eu achei com cara de lesada, aquela mistura de cara + cabelo do tipo acordei e não fiz nada além de ir pro trabalho direto, sem antes passar pelo espelho, nunca me inspirou confiança. Eu falava, falava pro Marido que algo estava errado e ele, achando que fosse implicância minha, deixou a coisa fluir. Várias coisas aconteceram, vou resumir muito senão vai parecer exagero.
Comecei achando estranho ela em momento algum questionar minha alimentação, nada de querer saber se eu bebo ou fumo, enfim, uma lista de exames e “au revoir” até a próxima. Depois perguntei a ela sobre hidratantes específicos para evitar estrias, ela respondeu que não precisava, pois eram caros. Depois perguntei sobre a pele dos meus seios que estava estranha ela só respondeu que era normal. [Respondeu sem perguntar nem olhar nada]. E numa outra ida lá, pois não chamo aquilo de pré-natal, pra fechar com chave de ouro, falei que sentia dores na barriga, ela também respondeu que era normal já que eu estava grávida. [Mas também não perguntou a intensidade, freqüência, local das dores].
Ai tivemos consulta com outra, que também não fez muito, além de um monte de ultra-sons. Falava sozinha a maior parte do tempo e tinhas uns tiques nervosos.
Vimos que existia coisa pior e resolvemos voltar pra primeira.
Pausa para explicar como a coisa funciona por aqui:
Quando a mulher descobre que esta grávida, ela escolhe um hospital, e agenda seu parto. O hospital apenas recebe a parturiente se ela fez reserva.
O único detalhe é que ninguém contou isso pra nos. Eu com três meses de pancinha em desenvolvimento e o Marido futuro pai de primeiríssima viagem, não faziamos a menor idéia. Uma amiga dele quem perguntou e explicou
.
Voltando a tragédia:
Perguntamos a obstetra como ia ser, ai ela contou, que deveríamos escolher um hospital, mas que ela não faz mas partos, ali pelo 7° ou 8° mês troca de médico.
Pergunta que até hoje eu faço: Então do que adianta ser obstetra se num corre nenhum risco de fazer o parto?????
Aqui tem apenas três hospitais com maternidade.
Um deles, considerado o melhor fica a exatamente 10 minutos de casa em dias de grandes engarrafamentos. Vamos eu e o Marido ao hospital, onde a noticia não foi novidade: lotado.
A segunda opção: lá do outro lado da cidade, 45 minutos de casa num domingo às 8 da noite, ou seja, em dias normais o mínimo é dobrar esse tempo.
Ta bom, fazer o que, o outro é o tal hospital escola e num estou nada a fim de ser cobaia de nenhuma turma de estudantes de medicina aqui do outro lado do mundo.
Que ódio, custava essa vaca dessa obstetra explicar isso? Mas eu dizia.... uma pessoa que sai de casa com aquele cabelo num é confiável.
Ai pra finalizar foi consultar com a obstetra do tal hospital do outro lado da cidade. Não vou falar quanto tempo demoramos pra chegar lá, senão eu já até imagino o pensamento “como exagera essa moça”.
Conversa vai, conversa vem, perguntou umas três ou quatro coisas a mais que as outras, mas nada que se diga: “oh, como ela consulta bem”. A pérola foi: ela perguntando se o bebê mexe muito? Respondo perguntando: não sei como é quando eles se mexem??
Agora o leitor respira, respira outra vez, e por via das duvidas mais um pouco.
Resposta: você sente um movimento.
Eu simplesmente fiz uma cara de arvore e dei um sorriso. E desde então estamos aqui, eu, marido e o bebedocinho esperando chegar o dia para acompanhar os próximos capítulos.
Mas uma coisa eu garanto, assim que for fluente vou ser obstetra de consulta, pois é tudo muito simples.

terça-feira, maio 06, 2008

Amigas

Desde que me mudei pra cá percebi que tudo muda junto. Eu mudei não só de endereço como também a maneira de ver o mundo e mais ainda a forma como me posiciono em relação às coisas. O que antes interessava já não tem mais graça ou importância e coisas que antes eram absurdamente desnecessárias ou sem valor passaram a fazer parte do dia a dia.
Com isso o contato com muitas pessoas diminuiu ou acabou. Mesmo com a Santa Internet, facilitando a vida, não tem como.
A cada vez que vamos ai Brasil, acontecem coisas que nem sempre estão ao nosso alcance de modificá-las. Por mais que eu queira ver um monte de gente, passar um mega tempo batendo papo com as amigas, ficar de bobeira fofocando e conversando coisas banais, também não tem como.
O Marido não conhece quase ninguém, não tenho como falar pra ele: “vou ao clube da luluzinha”, fica ai que já volto. Ele conhece algumas pessoas do meu convívio, mas são os meus amigos, a minha família, por mais que todos gostem muito dele, preciso dar atenção a ele, traduzir qualquer coisa, ajudar com algo que pra nos que estamos lá é simples, mas pra ele não. Sem contar que aqui ele nunca me deixou sozinha e falou: vou ali com algum amigo fica ai com minha amiga, ou coisa parecida.
Com isso quando estou na terrinha, tenho que me virar em atenção para todos. Nunca tive muito problema com conciliar namoro e família ou amizade, pois meus raros namoros foram tão raros que nunca interferiram em nada.
Quando eu considero uma pessoa amiga é porque tenho carinho especial por essa pessoa que normalmente se estende pela família quando é possível o contato. Quero que a pessoa e a família estejam bem e caso não seja possível isso que ela tenha forças pra superar as dificuldades naturais que a vida nos impõe. Então mesmo que eu não consiga dar a atenção necessária a cada um, estão dentro do meu coração e fazem parte do meu circulo de energias positivas.
Dessa maneira, o contato com muitos vai se perdendo a cada ida pro Brasil e volta para a França. Alguns não entendem o que acontece e prefere tomar conclusões próprias por mais que eu tente explicar ou apenas me desculpar pelas faltas. Além de tudo ainda tem o fuso horário.
Meu post de hoje é em agradecimento a boa vontade e imensa compreensão de algumas poucas amigas que tem paciência pra entender as tantas mudanças que aconteceram comigo e ainda ouvir minha ladainha de dona de casa, esposa, futura mamãe, expert em desastres culinários e outros!
Nem todas vão ler esse post, pois sei que são mulheres ocupadíssimas para isso. Trabalham, estudam, tem marido, filhos, problemas e algumas tem até cachorro. Mais quero também agradecer ao Papai do Céu por tê-las dentro do coração, que elas não se esqueçam que a amiga desnaturada aqui torce por todas, todos os dias mesmo estando tão longe e agradecer pelas novas amizades que estou fazendo através do blog, pois quando estou mais triste sempre aparece um anjo deixar um recado que me fazem tão bem!

sábado, maio 03, 2008

No feriado

E mais uma vez ela vai até a internet pesquisar alguma outra receita, diferente das que já tenha tentado fazer.
Encontra.
Descongela pela sabe lá qual vez o frango, mas dessa vez faz o molho. Ah, depois de uma semana tentando fazer as benditas coxinhas de frango, hoje vai dar certo.
Busca ânimo em algum lugar. E vai para a cozinha. Lê a receita umas quatro ou cinco vezes para não ter risco de errar ou esquecer alguma parte do procedimento. E mãos a obra.
Quase duas horas depois, já sentada, pois as costas e pernas reclamam, busca uma explicação ou pelo menos uma justificativa para mais uma vez não ter dado certo.
Desistiu de contar quantas vezes tentou e não deu certo. O tanto de ingredientes jogados fora. Olhando para o nada, em direção a cozinha tenta entender o porque de não conseguir.
O marido vai olhar o que está acontecendo, pois tanto silêncio não é normal. Lê a receita, mas não entende a metade dos termos culinários, ainda mais todos escritos em português. Pergunta a ela se fez tudo como diz a receita. Confere perguntando coisas especificas, confere se ela encontrou os ingredientes que correspondem e fica sem saber o que dizer quando ela diz que e até mostra que sim.
Ele sabe que ela está com vontade. Afinal ela não falaria tanto e não tentaria tantas vezes se realmente não estivesse com muita vontade. Percebe o desânimo dela, vai até a internet. Procura, procura, mas vê que não existe receita de coxinha em francês, não tem como importar coxinhas para a França. Mesmo porque, com tanta variedade de queijo quem vai querer coxinha.
Ela vê que ele quer fazer algo. Ele procura uma maneira. Mas não tem.
Ela disfarçadamente chora, não deixando que ele perceba, pois nem era pra notar sua tristeza. Chora bastante, primeiro de vergonha por não ter conseguido fazer. Depois de vergonha por ter ficado triste por uma coisa tão “inútil e sem importância”. E depois por saber que está com um desejo, grávidas tem o direito de ter isso. Ela não quer ver o marido saindo as 2:00 da madrugada em busca de abobrinha com chantilly, ou nenhuma outra coisa impossível de ser encontrada no primeiro mundo a qualquer hora que seja.
Ela chora pois só queria ter conseguido fazer e matar seu humilde desejo e passados vários dias e muitas tentativas não tem mais vontade de continuar tentando.